Apresentações

2013 - A glândula metanotal como carácter taxonômico para uma espécie de Oecanthus - MILACH, ELISA MACHADO - XV ENPOS - Encontro de Pós-Graduação da UFPel - 2013

INTRUDUÇÃO gênero Oecanthus é composto por 63 espécies bem distribuídas em zonas temperadas e tropicais (Eades et. al. 2013). São de tamanho pequeno e comumente encontrados em árvores, fato os tornou popularmente conhecidos como “grilo das árvores”.  A glândula metanotal é uma característica conspícua dos Oecanthidae relacionada ao processo reprodutivo, fornecendo nutrientes para a fêmea permaneça em postura de cópula enquanto os espermatozóides são transferidos à espermateca da fêmea. Sua morfologia pode ser empregada na determinação das espécies (Chopard, 1955; Walker e Gurney, 1967; Toms e Otte, 1988; Metrani e Balaklishnan 1995).  Apesar da glândula ocorrer em outros táxons de Grylloidea, apenas em Oecanthus mostra-se bem desenvolvida e presente em todas as espécies, sendo formada por um lobo anterior, denominado escuto e um lobo posterior, o escutelo, ambos separados pela sutura escuto-escutelar (Walker e Gurney, 1967; Toms e Otte, 1988; Metrani e Balaklishnan 1995). O objetivo deste trabalho foi descrever a glândula metanotal de Oecanthus sp. para determinar se este é um caráter morfológico consistente e de fácil observação para a identificação da espécie.  METODOLOGIA Os indivíduos foram coletados em plantação de tabaco, bem como em árvores e arbustos adjacentes no distrito de São João da Reserva, município de São Lourenço do Sul, Rio Grande do Sul (31º17’39.43’’S, 52º09’02.76’’W). Os exemplares foram capturados manualmente ou com auxílio de rede entomológica, mantidos em sacos plásticos, transportados ao laboratório e fixados em álcool etílico 70%. Foram analisadas as glândulas metanotais de 13 indivíduos, elevando ou removendo as tégminas para posterior registro fotográfico ao microscópio estereoscópico Zeiss Discovery V20. RESULTADOS E DISCUSSÃO As glândulas de Oecanthus sp. não possuem diferenças significativas entre os 13 indivíduos analisados, logo podem ser consideradas caracteres taxonômicos consistentes na determinação e comparação de espécies. Se comparadas com as glândulas de outras espéciesdo gênero a que possui uma maior semelhança com a da espécie estudada foi a de Oceanthushenry. A glândula metanotal de Oecanthus sp. encontra-se em uma cavidade limitada por dois escleritos, o escuto e o escutelo. O escuto é anterior e apresenta a forma de arco, com tufos de cerdas longas na região dorso-lateral e mais curtas na região apical; o escutelo é menos arqueado que o scutum e não apresenta cerdas; o escuto é separado do escutelo pela sutura escuto-escutelar. Na cavidade do escuto encontra-se o lobo mediano posterior , ocorre uma porjeção posterior. CONCLUSÕES A glândula da espécie estudada é considerada um bom caractere taxonômico pois não possui diferenças interespecíficas e após comparação com outras glândulas de espécies do gênero Oecanthus foi observado diferenças morfológicas tendo a maior semelhança com a de Oceanthus henry.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FULTON, B.B. The tree crickets of New York: life history and bionomics. N. Y. Agricultural Experiment Station Technical Bulletin, 42, 3–47, 1915. HANCOCK, J.J. The habits of the striped meadow cricket (Oecanthusfasciatus Fitch).American Naturalist, 39, 1–11, 1905. TOMS, R.B., OTTE, D. New genera, species and records of East and South African treecrickets (Orthoptera: Gryllidae: Oecanthinae).Annals of the Transvaal Museum, 34, p. 469–521, 1988. WALKER, T.J.; Gurney, A.B. 1967.The metanotal gland as a taxonomic character in Oecanthus of the United States. Proceedings of the Entomologica Society of Washington69: 157-161, 1967.