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Risco de predação de grilos de serrapilheira em relação ao tempo de regeneração florestal

A regeneração florestal altera a estrutura do ambiente e as interações entre os organismos. O Risco de predação é a probabilidade de morte devido à predação. Muitos organismos mudam o seu comportamento, fisiologia, morfologia e alimentação quando estão expostos ao risco de predação. Os predadores adaptam a essas mudanças, tornando-se mais aptos e eficazes na captura de suas pressas. Nesse trabalho avaliamos o risco de predação de grilos de serrapilheira em relação ao tempo de regeneração florestal. Nossa hipótese é que áreas regeneradas apresentam menor risco de predação, ou seja, áreas regeneradas apresentam maior tempo de ataque. Para testar nossa hipótese, realizamos um experimento manipulativo em 7 áreas com diferentes tempos de regeneração, a saber: 0, 6, 15, 35, 70, 130 e 300 anos. Em cada área foram oferecidas 30 iscas de 3 gramas de sardinha enlatada e foi anotado o tempo de chegada do primeiro predador (Formiga) na isca. Nosso tempo máximo de observação foi de 5 minutos. Para testar estatisticamente nossa hipótese, ajustamos modelos lineares generalizados com distribuição Weibull. Nossos resultados mostraram que o risco de predação diminui à medida que aumenta o tempo de regeneração, ou seja, o tempo de ataque aumenta com o tempo de regeneração. Atacar rapidamente uma presa em uma área em início de regeneração é fundamental para a sobrevivência do predador. Áreas em início de regeneração, em geral, possuem baixa riqueza e densidade de organismos. Os indivíduos que vivem nesses locais são especializados e hábeis em se esconder de predadores. Portanto, o predador que rapidamente capturar uma presa e subjugá-la, terá maior chance de sobrevivência, visto que a disponibilidade de presas é limitada nesses ambientes. À medida que avança o tempo de regeneração florestal, ocorre o aumento da riqueza e densidade de organismos. A implicação direta é que se o predador não capturar a presa rapidamente ele, provavelmente, terá outra chance de capturar outros indivíduos.

 

RODRIGUES, G. C. R.; SOUZA, P. R. L.; SPERBER, C. F.; SZINWELSKI, N. Risco de Predação de grilos de serrapilheira em relação ao tempo de regeneração florestal. In: IV Simpósio de Entomologia, Viçosa - MG. Caderno de Resumos do IV Simpósio de Entomologia, 2013.